Sabias que...

Sabias que no Benfica o Javier sofreu a pior lesão da sua carreira?

Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:

"Em Portugal sofri a lesão mais dura da minha carreira. Aquela fractura no primeiro dedo do pé direito custou-me horrores. Pela dor, claro, mas principalmente por não poder dar o meu contributo num momento crucial da época. Foram cinco longos jogos de espera.

Em Madrid também estive cerca de um mês parado, com um torção múltiplo no joelho e no tornozelo, mas desta vez foi bem pior. Fiquei psicologicamente destroçado. Tinha muita vontade de ajudar e não podia. Então contra o Liverpool... só a minha família sabe o que sofri.

O diagnóstico dava seis semanas de recuperação total, sem dores. Mas com três semanas já era possível jogar. Assim aconteceu. Regressei frente ao Olhanense, mas com uma factura assumida: dores a rematar, dores a driblar, dores até a calçar a bota. Por isso, neste encontro da 28ª jornada, a bota do meu pé direito era de um número acima do meu. Caso contrário as dores não me deixariam sequer calçá-la.

Nos treinos avisei o Luisão, o meu marcador de serviço: "Podes agarrar-me, puxar-me, deitar-me ao chão... mas nunca me pises o pé direiro, por favor!" Qualquer pisão naquela altura seria fatal e levaria a lesão para a estaca zero. Por isso creio que foram visíveis algumas precauções durante o jogo frente ao Olhanense. É instintivo. Mas passa, com o tempo.

O fisioterapeuta Bruno Mendes foi quase um psicólogo durante o período de convalescença. Fiquei surpreendido. Foi uma recuperação humanizada, como eu não estava habituado.

As pessoas não imaginam os sacrifícios que os jogadores fazem para actuar. É frequente jogarmos com dores, contracturas, febre... mas jogamos. Explicam-se assim algumas exibições menos conseguidas, passes falhados, remates mal medidos... nesses momentos os assobios doem ainda mais. É o nosso dever profissional ouvir e calar."