Sabias que...

 Sabias que o Pai de Javier, Cacho, é o seu mandamento mais forte? É por isso que o "Sabias que..." de hoje é muito especial!

Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:

"Pai Cacho deixou-nos no dia 7 de Agosto de 2001. Padecia há algum tempo de um cancro no fígado. Foi internado no início de Agosto na Clínica Suizo Argentino, quando o estado de saúde piorou muito.

Vivia os meus primeiros dias como jogador blaugrana. Soube do internamento, deixei a concentração de pré-temporada em Nyon (Suíça) e voei para Buenos Aires. Estive sete dias fechado no quarto do hospital com o meu pai e a minha mãe. Foi a semana mais violenta da minha vida.

Após o funeral permaneci mais dois dias em Buenos Aires, sempre ao lado da mãezita. Depois entendi que o melhor seria juntar-me à equipa. Era urgente reagir. Aterrei em Barcelona, descansei e voei com os meus companheiros para uma mini-digressão em Inglaterra.

Levava no peito uma dor lancinante. O pai Cacho foi o meu espelho. Admirava-o profundamente. Deu-me lições de vida diárias. Moldou-me a personalidade. Arrebatou-me o coração. Queria ser como ele!

Era um homem muito querido, em casa e no bairro Belgrano.

De poucas palavras, mas respeitado. Gostava de escutar antes de falar. Quando abria a boca expressava opiniões fundamentadas. Quase sempre tinha razão.

Quando recebemos o diagnóstico da doença, prepararam-nos para o pior: "Incurável, seis meses de vida." Paizito resistiu dois anos. Resistiu até ao limite das forças. Resistiu até perceber que eu tinha assinado um bom contrato, que tinha o futuro assegurado e que seria feliz fazendo o que gosto. Pai Cacho viu tudo através da televisão. Viu os meus primeiros golos com a camisola do Barça. Viu a minha alegria e... relaxou. Fechou os olhos e partiu tranquilo.

É para ele tudo o que eu faço. É para ele este livro. O pai Cacho é o meu mandamento mais forte."