quinta-feira, 3 de março de 2011

Sabias que...

A isto hoje não se pode chamar "Sabias que..." porque o que hoje vou escrever já todos nós sabemos! Já todos sabemos que o Saviola tem um ENORME coração, e é um exemplo disso que vos vou escrever hoje...
Recordo que o livro foi escrito e publicado no ano de 2010!

Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:

"Já chorei em Lisboa. Em Março deste ano recebi, através da Fundação Benfica, um convite para visitar o Hospital Dona Estefânia. Bebés, crianças e adolescentes até aos 18 anos travam ali, diariamente, uma dura batalha contra a morte. Aberrante, no mínimo.
Respondo sempre que sim, sem restrições, a este tipo de convites. É um dever dos jogadores de futebol, dos actores, dos músicos... de todos os que têm força mediática. Fazer bem aos outros devia ser um modo de vida. E custa tão pouco. Regresso destas visitas sempre com coração cheio, mas também muito emocionado.
Foi o que aconteceu naquela tarde de Março. Um dos meninos comoveu-me de uma maneira especial. Conversámos, trocámos afectos, no final ofereci-lhe uma camisola autografada e pousamos para a fotografia. Dias mais tarde recebi uma moldura com a tal fotografia e uma carta de agradecimento escrita pelo menino. Não segurei as lágrimas. A história era comovente, a fotografia ficou linda e a carta filou-me o coração. Convidei-o para visitar o centro de estágio do Seixal e conhecer os outros jogadores do Benfica. Disse-me que sim, mas com uma ressalva: "Não leves a mal, mas quando estiver curado quero ir primeiro a Cabo Verde visitar a minha mãe. Depois vou ao Seixal."
Quando jogava no River Plate vivi um episódio semelhante. Uma criança escreveu para o clube pedindo que a visitasse no hospital. O menino estava em fase terminal, era o último desejo. Levei como que um soco no estômago!
No dia combinado, apercebi-me de algumas movimentações que indicavam a presença da imprensa no hospital. Fui duro: "Se houver jornalistas não entro!" Seria uma crueldade transformar a dor de uma criança numa barraca de feira para vender a imagem de um clube, de um hospital e de um jogador. Atenderam o meu pedido.
Entrei na unidade, cruzei várias portas e cheguei à sala. Quando levantei os olhos, vi ao fundo os olhos do menino. Guardo até hoje a imagem daquele sorriso. Único, genuíno, contagiante. Conversámos uns 10 minutos, não mais. Não me lembro das palavras. Lembro o sorriso, só. E a lição: por vezes somos felizes sem saber."

1 comentário:

  1. Fiquei maravilhada quando li esta parte do livro *.*
    O Saviola deve ser mesmo uma excelente pessoa :)

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