sexta-feira, 1 de abril de 2011

Entrevista a Javier Saviola - Parte II


CONTINUAÇÃO... 
O Saviola chegou a Portugal, começou a jogar e começou a tomar contacto com a realidade do futebol português. Entre o ano passado e este já realizou inúmeros jogos, conte-me lá como é que qualifica o nosso campeonato. Acha que, de facto, há competitividade na nossa Liga?
- Eu acho que o campeonato português está em crescimento. Para além do que são as três equipas, o mais importante, é um campeonato mais físico que futebolístico. Talvez fosse bom mudar essa mentalidade. As equipas deverão começar a jogar melhor, começar a concentrar-se mais na posse de bola e não deverão fechar-se tanto na retaguarda. Mas também é difícil... É complicado para um treinador agarrar numa equipa que não tenha tanta qualidade como poderá ter uma equipa de maior dimensão. Mas eu acho que o futebol português está a crescer, oxalá possa vir a estar entre os melhores campeonatos do mundo dentro dos próximos anos. Desde o nosso ponto de vista e como partícipes deste campeonato, trabalharemos para que continue a ser um campeonato atractivo para toda a gente.
Javier, o ano passado assistimos, como disse Jorge Jesus, a verdadeiros recitais de futebol mas no início desta época as coisas começaram se calhar não tão bem. Condicionaram também um pouco o nosso arranque no campeonato. Como é que você vê a evolução do Benfica desde o início até hoje?
- Bem, uma equipa passa sempre por esse período em que às vezes não está num bom nível. Uma equipa muito dificilmente pode manter um alto nível durante todo o ano. Nesse sentido acho que errámos por não ter começado bem o campeonato, esses pontos que perdemos foram bastante prejudiciais para a equipa... Depois a equipa começou a encontrar-se, a ganhar jogos, estivemos muito tempo sem perder. Ainda assim esses pontos perdidos no início do campeonato foram prejudiciais e agora estamos a pagar a factura desses dessa desvantagem.
É difícil recuperar agora...
- Sim, sim. Deveríamos estar em pé de igualdade para lutar pelo título com o Porto, para ganharmos o campeonato mas os pontos perdidos foram fatídicos.
Mas o Benfica está a jogar novamente muito bem futebol e estamos muito bem lançados nas outras provas onde também temos ambições para ganhar, quer na Taça de Portugal, na Taça da Liga e na Liga Europa. Acredita que pode revalidar, para si seria a segunda, a Taça UEFA, por exemplo?
- Sim, sim...
O Benfica pode lá chegar?
- Eu acho que estamos num bom caminho. Conhecemos as dificuldades inerentes a este tipo de competição, mas temos uma equipa muito competitiva, uma equipa que tem muita vontade de triunfar a nível europeu. Iremos agora até Eindhoven com o objectivo de ganhar o jogo. E...
PSV é um adversário difícil?
- Sim, é um rival difícil. E agora cada mais, a aproximar-nos do final da competição, todos os rivais são complicados, temos noção que estamos numa fase crucial. E sabemos que se passarmos esta eliminatória estamos a um passo de alcançar o objectivo tão esperado por todos, porque acho que toda a gente tem muito a ilusão de vencer, têm todos vontade de celebrar um título tão grande como este. E nós estaremos preparados para dar luta até ao final.
Qual é que é a sensação, para si, de entrar em campo com este estádio, com 65 000 pessoas a gritar fervorosamente pelo Benfica, que sensação é que isso provoca num jogador de futebol?
- Essa é uma pergunta que me fazem frequentemente, quer os meus amigos, quer a minha família, perguntam-se sempre como é que é entrar em campo e ver toda aquela gente que está rendida com aquilo que fazemos em campo, tanto para bem como para mal. É um sentimento que se tem de viver na primeira pessoa para conseguir descrevê-lo. Posso dizer que é muito bonito, dificilmente se encontra uma sensação que se compare, considero que temos de estar lá para conseguir perceber. É algo espectacular e que às vezes nem logramos entender como é possível alguém viver aquele momento. Por isso devemos apreciar tudo isso porque passa tudo muito rápido. A carreira de um jogador de futebol passa rapidíssimo. Por essa razão devemos aproveitar essas ocasiões únicas e singulares e devemos sentir-nos orgulhosos de poder fazer parte desse momento.
E marcar golos, qual é que é, no fundo, é uma sensação diferente. É o culminar, é a satisfação completa. O que é que é isso de marcar um golo? E começar a correr...
- Ás vezes a correr para qualquer lado sem qualquer rumo pois são sensações, como já referi antes, muito complicadas de explicar. Naquele momento parece que não conseguimos dominar o corpo, começas a correr e a gritar, quando vêm os teus companheiros para te abraçar... Quando marcas um golo e levantas a cabeça e vês todos a celebrarem, uns deitados no relvado, outros saltando para cima de outros e vês as famílias e as crianças ao rubro... É uma sensação maravilhosa que dificilmente se explica, temos de viver esse momento.

CONTINUA... 

Parte II da entrevista a Javier Saviola, transmitida na Benfica TV no programa "Zona de Decisão" no dia 28-03-2011.
Gostaria que não copiassem sem pedir autorização pois foi tudo escrito por mim, algumas expressões foram traduzidas por mim. Tive muito trabalho com isto, por isso peço que ao retirarem ao menos dizer que o vão retirar. 
Obrigada, a administradora.

4 comentários: