sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sabias que...

Sabias que a semana antes do título, na época passada, foi vivida com muita ansiedade pelo Javier e por todo o nosso plantel?

Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:

"Entrámos na derradeira semana do campeonato. Incrível como o ambiente mudou em tão pouco tempo. Em horas, apenas. Tanto que, na minha opinião, a Liga teve dois períodos claramente distintos: da 1ª à 29ª jornada e depois a semana da 30ª jornada.
Havia tensão forte no ar. Ansiedade. Notava-se nos rostos, nas atitudes, nas reacções. Jogadores, técnicos, staff de apoio... ninguém escapava ao nervoso miudinho. Foi uma semana diferente. Para todos. Era segunda-feira e todos ansiávamos que fosse já domingo. Só queríamos que o jogo começasse logo!
Uma regra básica, nestes momentos, é afastar da cabeça a importância do acontecimento. Relativizar. Imaginar que é apenas mais um jogo. Teoricamente é fácil, mas na prática é impossível. Na semana que antecedeu ao jogo com o Rio Ave, pensámos e falámos constantemente sobre a partida. Por muito que nos pedissem - e pediram - para não pensarmos e não falarmos da festa... era mais forte que nós. Falámos da festa, sim. Imaginámos os milhares de pessoas nas ruas, os sorrisos, os gritos, as lágrimas...
A semana foi atípica até na forma como preparámos o jogo. Antes de mais, nem sequer escalpelizámos a derrota frente ao FCPorto, como sempre fazemos no início de cada semana relativamente ao último jogo.
Esse encontro do Dragão foi pura e simplesmente apagado da nossa memória. O futuro era o Rio Ave. Esse sim era o nosso foco.
Para descomprimir, e ao contrário do que foi costume ao longo da época, fizemos muitos mini-jogos nos treinos. Os chamados meinhos. Houve exigência máxima, como sempre, mas também havia no subconsciente de cada um o desejo de evitar lesões. Mil cuidados, portanto.
Até comentei com o Pablo a propósito do ambiente que há 10 anos, no River, estávamos exactamente na mesma situação. Faltava uma partida, frente ao San Lourenzo, para nos sagrarmos campeões. Estranhamente, nesse dia, estávamos tranquilos. Era incrível como, passada uma década - e nós supostamente mais maduros - estávamos incomparavelmente mais tensos perante uma situação semelhante. Talvez a nossa noção de responsabilidade tenha aumentado. Há 10 anos eu tinha 17 e ele 19. Éramos jovens e inconscientes. Talvez tenha sido por isso.
Longa se tornava a espera. Quase um mês na iminência de sermos campeões. O título estava muito perto. Fomos acumulando ansiedade durante todo esse período. Por isso, a semana que antecedeu o Rio Ave foi tão especial."

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