Sabias que o Javier ainda hoje não se sente confortável com toda a sua popularidade?
Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:
"No primeiro ano como profissional ainda não tinha carta.
O trajecto treino-treino-casa era feito de autocarro. Numa dessas viagens uma senhora reconheceu-me. Eu era o único passageiro que estava de pé. A senhora perguntou: "Tu não és o Pibe Saviola?" Corei. Não havia como negar. O resto da viagem, até ao Monumental, foi passado a dar autógrafos a todos os passageiros da famosa linha 42. Mal a porta abriu, desapareci que nem uma flecha rua abaixo. Confesso que não me sentia confortável naquele papel. Ainda hoje não sinto. Percebo, faz parte da condição de figura pública, mas o fato nunca me serviu. Gosto de ouvir elogios, mas jamais me deslumbrei.
Nos primeiros tempos, com 17 ou 18 anos, ainda não tinha noção clara do que se estava a passar. Aconteceu tudo muito rápido. Percebia uma mudança, claro, mas não imaginava a dimensão. Talvez já tivesse dentro de mim essa característica anti-deslumbramento. Essa foi uma das lições que Cacho me deixou. O comportamento dele parecia uma balança com o fiel bem alinhado ao centro, quer as coisas me corressem muito bem ou muito mal. Quando chegava a casa depois de marcar um golaço, o velho nem constatava o facto. Nesses dias até evitava falar de futebol. Caso eu me entusiasmasse nas descrições, ele cortava logo o assunto: "Vem jantar e deixa-te de coisas." Cacho agiu sempre com tranquilidade e sem extremismos. Nunca perdia a compostura.
Herdei essa defesa psicológica. Há qualquer coisa em mim que impede euforias. Quando terminar a carreira, aí sim, é altura de fazer um balanço. Até lá não posso pensar no que já conquistei. Se me convenço de que já ganhei muita coisa, o melhor é desistir.
Já na pele de profissional bem sucedido, fazia questão de voltar sempre ao parque Palermo. Sentado numa pedra, observava a felicidade dos meus amigos em animadas peladinhas, num campo mais pelado que a cabeça de Colina, com balizas feitas de camisolas. E como eles eram felizes com tão pouco... Lá fora eu era Saviola, ali era apenas o Javier. Gostava de escutar o meu nome assim, "Javier". Trazia-me segurança e tranquilidade."
Nem mais se o seu nome é Javier para quê lhe chamar pelo apelido?
ResponderEliminarOlha podes meter no blog de outros jogadores o meu blog e eu faço o mesmo em relação ao teu sim? :)
ResponderEliminarPessoalmente adoro o teu blog :)
Meu blog:
http://fabio-coentrao-fans.blogspot.com/
Obrigada !
ResponderEliminarTambem ja fiz ao teu :)