segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sabias que...

Sabias que o Javier classifica o reencontro com o Aimar como um reencontro de irmãos?

Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:

"Reencontrar o Pablo no Benfica foi como rever um irmão dez anos depois. Por razões diversas, os nossos caminhos nunca mais se tinham voltado a cruzar. Em Barcelona era impossível, em Valência muito complicado, no Real Madrid quase impossível.
O reencontro foi emocionante. Naquele primeiro dia de estágio no Seixal, quando nos preparávamos para equipar, só eu e ele sabíamos a dimensão daquele momento.
Foi lindo! Trocámos sorrisos cúmplices, recordámos histórias... foi como se tivéssemos recuado uma década e voltássemos ao velho balneário do River Plate, eu com 17 anos e ele com 19.
Há uma grande cumplicidade entre nós. Isso revela-se nos mais simples pormenores. Por exemplo, devemos ser os únicos jogadores no mundo que estão sempre a falar durante o jogo. O que para os outros é motivo de desconcentração, para nós é sinónimo de atenção absoluta. Falamos de tudo, do jogo, mas também dos adeptos que estão na bancada. Foi sempre assim.
Recordo-me de um jogo em Setúbal, para o campeonato, em que corremos os dois a um passe longo. Ele chegou primeiro, dominou a bola mas acabou por ser desarmado por um adversário. Na sequência, passou por mim e disse: "Se fosse há 10 anos este não me tirava a bola." E sorrimos.
Todos se recordam, certamente, do primeiro golo frente ao U. Leiria, marcado no estádio da Luz. Uma tabelinha perfeita entre mim e o Aimar, dentro da área, deixou-me solto para colocar a bola na cabeça do Cardozo. No momento da tabela nem precisei de levantar os olhos, saberia que o Pablo colocaria a bola naquele espaço, ali, onde mais ninguém imaginava... apenas eu e ele.
É fantástico sentir isto dentro de campo.  Prever uma jogada como se já a tivesse feito milhares de vezes. Jogar por telepatia. Não há jogador no mundo com quem me entenda tão bem."

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