segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Saviola e Aimar: génios que «estiveram separados demasiado tempo»


O tango dança-se a dois. No River Plate do final dos anos 90 bailava-se a três. No Benfica-Sp. Braga, Pablo Aimar e Javier Saviola voltaram ao salão de dança: foi a primeira vez que ambos marcaram, no mesmo jogo (oficial) , pelo Benfica. Do outro lado do mundo, há quem tenha saudades de dar um pezinho com os argentinos, que serão «fundamentais» no futuro próximo dos encarnados, que os juntaram depois de terem estado «separados demasiado tempo».

Juan Pablo Angel saltou para a ribalta ao lado da dupla que agora joga na Luz. Os três ficaram na história do clube da «banda roja que cruza el alma», como canta o hino. Tudo graças a um dos campeonatos mais conseguidos do emblema que mais jogadores deu à selecção argentina. O colombiano falou ao Maisfutebol:

«Tenho grande respeito pelos dois, conseguimos um lugar, um espaço na História do River Plate, na qual eles foram protagonistas directos», começou por dizer-nos Juan Pablo Angel, que deixou o New York Red Bulls e é agora um futebolista livre.

«O Saviola foi o melhor parceiro de ataque que tive e joguei com grandes jogadores», declarou o colombiano ao Maisfutebol, para nos dizer depois aquilo que os portugueses vêem tantas vezes em campo: «O Javier sabia movimentar-se como ninguém, criava espaços, sabia mover-se sem a bola e depois finalizava muito bem também.»

E o dez do Benfica? «Quanto ao Pablo, bom, o Aimar foi o melhor organizador de jogo que tive como companheiro, foi aquele com quem me entendi melhor, aliás, entendíamo-nos os três na perfeição», contou-nos «el Angelito», o avançado que conhece de cor o 10 e o 30 do Benfica, aquele que com eles jogava de olhos fechados.

«Não é normal terem uma carreira assim»

Juan Pablo Angel já conta com 35 anos. É o mais velho dos três. Depois do River Plate transferiu-se para Inglaterra, onde jogou pelo Aston Villa. Depois, mudou-se para os Estados Unidos. Enquanto isso, o Benfica reunia Aimar e Saviola em 2009/10.

«Dá-me muito gosto que joguem juntos de novo, até porque são dois grandes amigos», afirma o ponta-de-lança colombiano. «Não é normal que façam uma carreira assim, lado a lado, mas até estiveram separados demasiado tempo», atirou Juan Pablo Angel, com a ideia de que um é o complemento do outro.

«Ainda bem que se juntaram no Benfica e sei que no ano passado ganharam o campeonato», acrescentou o internacional pela Colômbia. Ora, o que «el Angelito» também sabe é que o Benfica está atrás do F.C. Porto nesta edição da liga.

Desse modo, terão de ser Pablo Aimar e Javier Saviola a puxar pelas águias? «Numa equipa grande, os jogadores mais importantes acabam por desequilibrar», começa por argumentar.

«Não conheço muito bem a liga portuguesa, mas sei que falta muito campeonato, 17 ou 18 jogos, não é», interroga, para disparar: «De uma coisa tenho a certeza, o Aimar e o Saviola serão sempre determinantes!»

«Claro que tenho saudades deles!»

Claro que o Maisfutebol colocou Juan Pablo Angel perante esse dado, de apenas agora, frente ao Sp. Braga, Aimar e Saviola terem marcado na mesma partida. Coisa estranha para o colombiano, diga-se: «A sério? Bom, no River Plate isso era mais que normal. Aliás, num dos campeonatos que tivemos, o mais habitual era ser eu, o Aimar e o Saviola a marcar os golos em quase todos os jogos.»

Longe, portanto, está esse tempo. Longe no tempo, mas muito perto da memória. É por isso que Juan Pablo Angel não demora em dizer. «Claro que tenho saudades deles os dois, sobretudo porque vivemos uma época de sucesso, de êxitos, em que formámos um grande trio», concluiu
sobre os antigos colegas. A voz ganhou emoção, levou-nos numa viagem e garantiu-nos que golos de «Pablo e Javier no mesmo jogo eram uma coisa normal» no Monumental de Buenos Aires e por toda a Argentina.

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