sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sabias que...

Sabias que o Javier é muito caseiro e que raramente sai de casa?

Pequeno excerto do livro de Javier Saviola:

"Vivo em Lisboa com a minha namorada Romanella e com o Dalí que já vos apresentei. A minha Mãe vive em Madrid. Tenho família espanhola e Dona Mary está junto dos meus tios Teresa e Emílio, e do meu primo Eduardo. Mas não perde um jogo do Benfica em casa! Está muitas vezes comigo. O Diego Queiruga, meu representante, vive em Barcelona, mas também vem regularmente a Lisboa. Estou amparado por todos os lados. A casa é simples. Não tem arquitectura premiada, mas tem o melhor troféu possível: uma vista única sobre o Tejo. Se a água não fosse tão imensa, talvez desse para ver o rio De La Plata que banha Buenos Aires! Por vezes sinto saudades. Mas já me habituei. Há quase uma década que vivo na Europa. Saí muito jovem. Já estou em casa. Nem todos são assim. O Pablo Aimar, por exemplo, tem uma ligação muito afectiva com Río Cuarto, a sua terra natal. Sempre que pode é para lá que vai. São feitios.
A minha vida é simples. Saio pouco. Para comer, quase sempre. Procuro as minhas raízes. Restaurantes argentinos. Não há muitos em Lisboa. Essa será talvez a saudade maior: a carne. Em Lisboa há menos opções do que havia em Madrid. E no que diz respeito à carne, desculpem-me a imodéstia, mas na Argentina somos imbatíveis. O Maxi Pereira costuma atenuar-nos a gula com uns belos assados em casa dele. Já não é nada mau...
Pablo é o meu melhor amigo aqui. Conhecemo-nos há muitos anos. A minha namorada também tem óptima relação com a mulher dele, o que ajuda à convivência. Mas curiosamente não saímos muito. O Pablo é caseiro, tranquilito. Consegue ser ainda mais introvertido do que eu. Dedica-se muito aos filhotes que ainda são pequenos. O máximo que se consegue é um café em casa dele, depois do jantar.
Fora do clube ainda não fiz amigos. A culpa é minha. Foi assim por todos os países que passei. Sou tímido, introvertido e desconfiado. Já tentei contrariar este modo de vida, mas não há nada a fazer. É a minha personalidade. Penso que será uma característica dos jogadores de futebol. Vivemos rodeados de gente. Nem todos com boas intenções. Neste mundo, não é difícil que não tenha sido enganado. Por isso rejeitamos, logo à partida. Tenho consciência de que já houve óptimas pessoas que passaram pela minha vida e que nem dei conta disso."

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